Sunday 24 October 2010

Psicologia e Sociologia do Design de Produto – Resumo das sessões dos dias 5 e 12 de Novembro


O design é um poderoso instrumento táctico ou cosmético de marketing que permite diferenciar, identificar, baixar custos, acrescentar utilidades, aumentar eficiências, facilitar usos, inovar e criar formas e cores.
O design, quando bom, deve motivar os consumidores e deve criar afectividades.
Sendo o design uma ponte instrumental entre bens e consumidores ficará bem ao designer saber catalogar os bens nas suas terminologias de economia e nas suas terminologias de marketing e deverá saber catalogar os consumidores no âmbito dos mesmos critérios.
Um bem económico (mercadoria ou serviço), é sempre um bem de marketing e vice-versa que tem características intrínsecas e extrínsecas e que serve para satisfazer necessidades.
No estudo teórico do bem económico, necessariamente leve e breve, abordaremos os conceitos de elasticidade preço da procura e à elasticidade procura/rendimento que em minha opinião são instrumentais para quem trabalha no processo de marketing, como é o caso de um designer.
A capacidade para satisfazer necessidades humanas significa que o bem económico é dotado de utilidade. Utilidade objectiva mais uma subjectiva? Ou basta só uma?
As necessidades humanas são da mais variada índole, são dinâmicas e não dependem só do ser humano individual.
As necessidades estão também ligadas ao ambiente externo envolvente.
No ambiente externo envolvente há o mais contactante que é a família, a escola, a igreja e os amigos, por exemplos, e há um macro ambiente igualmente influenciador onde residem as forças socioculturais, as político/legais, as ético/legais, as tecnológicas e as histórico/religiosas, por exemplos.
Por isso é que o conhecimento de um consumidor exige simultaneamente conhecimentos do foro da psicologia individual e de massas e conhecimentos do foro sociológico e antropológico.
Os consumidores são seres humanos individuais e ao mesmo tempo grupais e gregários e que são influenciados simultaneamente por características genéticas e pelos ambientes externos - o específico e o macro ou contextual.
Referindo-nos a este meio envolvente, cumpre-nos dizer que pese a globalização, os povos e nações continuam a ser substancialmente diferentes devido às diferentes dimensões culturais que dele emanam.
Num exemplo extremado e grotesco, mas elucidativo, diria que não haveria sucesso de vendas de biquínis fio dental na Arábia Saudita, nem de vendas de burcas em Cuba!
O conhecimento mais rigoroso de um grupo consumidor exige que se estudem as suas dimensões culturais.
Para este desiderato, e de uma forma ligeira, achei bem vir a aludir as dimensões culturais que Geert Hofstede releva no seu livro “Culturas e organizações”.
As necessidades ligam os produtos aos mercados e são uma das motivações principais para a compra.
A tentativa de análise e explicação para o fenómeno da motivação deu origem a várias teses por pensadores credenciados (Faremos uma ligeira incursão histórica).
Umas teses focalizam mais aspectos psicológicos subjectivos, outras relevam mais as motivações de ordem externa/social.
Ainda hoje há espaços livres para tentar acrescentar explicações e debater hipóteses de forma eclética, porque a motivação tem fontes subjectivas/genéticas e objectivas/sociais.
Falaremos de vários pensadores mas destacaremos Marlow e a sua pirâmide porque foi a primeira análise eclética muito bem concebida e que ainda tem hoje muita actualidade, pese alguns pontos fracos.
Um designer completo, enquanto elemento incontornável do processo de marketing, deve conhecer o ciclo motivacional e as motivações que levam à compra.
De facto o designer integral deve, para além dos saberes técnicos, ser culto, crítico e aberto de forma a compreender e captar motivações subjectivas e objectivas.
O marketing é hoje uma fonte de criação de motivações através do mix de comunicação e propaganda, através da marca e da percepção dos factores críticos de compra, que integram os factores críticos de sucesso.
A fidelização de clientes, que perante uma oferta crescente face à procura se tornou no objectivo prioritário, exige a abordagem e o conhecimento de conceitos de psicologia e sociologia nas suas vertentes ligadas às motivações para consumo e na sua contribuição para o ciclo motivacional.
Das teses em confronto, como em todas as áreas de conhecimento, umas mais individualistas/subjectivas, outras mais sociais/colectivas, surge-nos uma última questão que antecederá o último debate, no final da 2ª sessão:
- Compra por impulso e comprador compulsivo – doença ou motivação? 

No final da 1ª sessão lançarei um debate subordinado ao tema:
“ Poder-se-ão criar necessidades artificialmente, de forma absolutamente induzida e exógena?
Ou não há necessidades inventadas e elas apenas estavam latentes, como que adormecidas?

No final da segunda sessão lançarei o debate – O design, motivador intrínseco/psicológico? Extrínseco/social? Ambos? Com quotas de importância iguais?
O designer, um talento especialista? Ou um espírito aberto ao conhecimento, à cultura e à inovação?

RUI ALMEIDA BRANCO. 

Friday 15 October 2010

Palestra dia 15 Out 16:00 Sala B023

Na próxima 6ª feira (das 16:00 ás 18:00 na Sala B023 ), e integrada na Disciplina Psicologia e Sociologia do Design de Produtos do Mestrado em Design Industrial, o Prof. João Figueiredo irá dar uma palestra sobre semiótica dos produtos abordando os seguintes pontos:

1. Nocões Semióticas
- Perspectiva semiótica no Design
- Os três níveis de interpretação semiótica
- Denotação / Conotação
- A semiótica no processo de Design

2. Semântica do Produto
- Definição
- Características de base
- Enquadramento Histórico
- Funções Indicativas
- Funções Simbólicas
- Produto como "mensagem"

Wednesday 13 October 2010

Nick Holland

O Director de Design da Vista Alegre, Designer Nick Holland, acedeu a dar uma palestra, durante o mês de Novembro, sobre o seu trabalho, aos alunos de Design e Desenvolvimento de Produto. Data a anunciar.


Nick Holland is an Englishman, well known in the international design community and now residing in Portugal.  In 1998 he accepted the position at Vista Alegre as Director of Design for the group.  He now lives and works in Vista Alegre.
Nick is a well-known figure in the design world, and has been described by respected journalist Jeremy Myerson as one of the most dynamic figures in contemporary British design.  In addition to his design work Nick has always been a keen photographer and has had many of his photographs published in international magazines and books.  He has a unique ability to see the extraordinary in ordinary subjects and to capture powerful images on film.  His love of design and structure are reflected in his photographic compositions, many based on machines and architecture as well as nature.
Nick studied Product Design at the Royal College of Art in London, the world's most renowned institution for art and design, leaving with the highest qualification possible  -  a Master’s degree with distinction and the rare honour of the College Silver Medal.  On leaving college he won a Leverhulme Scholarship and spent a year in America studying and travelling with his camera.
He has worked in industry in senior positions in design, industries ranging from construction equipment to tableware.  For several years he was in charge of design and marketing for Staffordshire Potteries plc, leaving to set up his own business, Nicholas John.  This innovative company achieved great success and acclaim from both the design and housewares industries.  The company's products won many design awards and are included in the Victoria and Albert Museum's permanent collection of ceramics.
This led to Nick setting up Nick Holland Design Group and his company achieved commercial success as well as critical acclaim and many awards within the design world, working with international blue chip clients throughout Europe and the Far East.
A prominent and influential figure in his industry, Nick has served on a number of professional bodies for design in England in an advisory capacity, including the Design Council, the Royal Society of Arts, the Design Trust, and the Polytechnics and Colleges Funding Council for Design.  He has also acted as advisor and external examiner for many design courses throughout Great Britain and as a director of the Design Business Association of Great Britain.

Saturday 9 October 2010

Julia Cassim


Academic and Professional background
Julia Cassim studied Fine Art and Art History, at Manchester College of Art and Design and then at Tokyo University of Fine Arts and Music as recipient of a Japanese Ministry of Education (Mombusho) postgraduate sculpture scholarship. She has an MPhil from the International Centre for Heritage Studies, University of Newcastle upon Tyne.
From 1971-1998, Julia was resident in Japan. She was arts columnist of The Japan Times, wrote widely for other publications and founded Access Vision, a non-profit organisation for visually impaired people engaged in research on alternative modes to access and interpret museum collections of art and artefacts. She also curated and designed award-winning exhibitions for audiences with visual impairments and learning disabilities. ‘Into the Light - Museums and their Visually Impaired Visitors’, her book published by Shogakkan in 1998, draws on this experience.
Her activity in this area has continued alongside her work in inclusive design with a further focus on the curation and design of exhibitions of work by visually impaired artists. ‘The Insightful Eye’ - a film she directed on this subject was commissioned for the Singapore Fringe Festival 2007.

Research interests
Julia joined the Helen Hamlyn Centre in 2000. Her main research focus since then has been the development of creative partnerships between people with disabilities and designers; ways to involve them in the design process to encourage innovative, inclusive thinking and the development and dissemination of knowledge transfer methodologies on inclusive design to the design and business communities.
She organises the annual DBA Inclusive Design Challenge, Challenge workshops and Inclusive Design Challenges of shorter duration based on the model. In these, disabled people are partnered with professional design teams in live design projects to develop innovative products and services for the mainstream market. The aim is to develop and disseminate replicable examples of inclusive design and appropriate methodologies to enable designers, design managers, engineers and marketing personnel understand the principles, practice and creative and commercial rationale for inclusive design and readily use that knowledge as a spur for innovation in their working practice.
Julia is visiting professor at the User Science Institute of Kyushu University, is a trustee of the charity Mobility Choice. She serves as a consultant on inclusive design to the Natural History Museum and lectures on inclusive design in the UK and internationally to organisations in the business, academic and voluntary sectors.

Current Projects
Julia organises Challenge workshops of differing iterations and lengths in academic, corporate and design contexts in the UK and overseas. To date, these have been run in the UK in collaboration with the College of Occupational Therapists, and on the theme of rheumatoid arthritis for Roche. In Finland and Denmark workshops have been organised for Nokia, in Japan with the Universities of Kyushu, Kyoto and Tokyo and in Israel with the Holon Academic Institute of Technology with further ones planned in Norway, Jerusalem and Sarajevo in 2009 .
In 2008 she ran three international Challenges - in Oslo, for the Norweigian Design Council, involving teams from Norway, Finland, Sweden and Denmark: in Hong Kong, with teams from China and the ASEAN countries, and in Tokyo, to celebrate the 150th anniversary of relations between Japan and the UK in collaboration with Nikkei Design, Tokyo University and Cambridge University.
Julia has been a member of the i~design project and remains as advisor. The i~design research seeks to provide tools that enable industry to design products and services that can be used effectively by the population as a whole, including those who are older or disabled. The team includes academic and sector partners including the University of Cambridge and the Design Council.
Julia’s role has involved the writing-up of inclusive design case studies drawn from the HHC Research Associates Programme and the DBA Inclusive Design Challenge. She is co-author with John Clarkson, Roger Coleman and Hua Dong of the book on inclusive design to be published by Gower in 2007. She is also involved in the development of a database of users, user personas and accompanying user-centred methodologies and protocols

Acreditação junto da A3Es

Está entregue o processo para acreditação do curso de Mestrado em Design e Desenvolvimento de Produto; 79 páginas mais anexos. Ufff!